Terça-feira fui a uma apresentação de Tropa de Elite no Instituto de Estudos Iberoamericanos da Universidade de Salamanca, na verdade era uma aula do mestrado de Ciências Políticas da USAL, em que de 2 em 2 semanas se assiste a um filme latino americano de cunho político / social e se fazem posteriores discussões, bem lógico que só há alunos latino americanos na sala (ninguém do Brasil, afinal, pra que se preocupar com besteiras de cunho social, quando a venda da Vale é muito mais importante).
Já havia visto o filme, engraçado como a galera de outros paises (também latino americanos, também com seus problemas sociais crônicos) não enxergaram o que muitas pessoas enxergaram no Brasil, parece que se viu o filme com muito mais senso crítico talvez, talvez os alunos do mestrado tenham mais senso… Havia um cientista político da Universidade Federal de Pernambuco apresentando o filme junto a uma professora da USAL, e na verdade, críticas a parte, me chamaram a atenção duas perguntas em particular: Primeiro a de um rapaz, que perguntou se quando o traficante viu a tatuagem no braço do policial ferido, se assustou e saiu da cena do crime, não havia um certo exagero cinematográfico, pois em seu país, quando se matam policiais, isso não ocorre; logo em seguida a de uma menina, que perguntou, se o sistema é todo corrupto, a que se propõe na realidade o Bope?
Bom, a segunda questão, o cientista político respondeu muito bem, o Bope existe como um grupo para-militar de extermínio para proporcionar uma certa ilusão de segurança a elite carioca ( o “para-militar de extermínio” é por minha conta, ficou bonito, não ficou?? =)), bom, quanto a segunda pergunta, se há ou não o exagero, eu mesmo não sei dizer, o que sei é que quando se morre um policial no Brasil, com Bope ou sem Bope, também não acontece nada de extraordinário, mas o filme não mostra isso, mostra o que seria a realidade do Bope…
Pra quem não viu, vale a pena, se não morar no Brasil talvez entenda melhor o filme… hehehehehehe
Ai vai o trailler.