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O Rio de Janeiro, onde os problemas pouco mudam,e as dificuldades são as mesmas.

Tambem do tempo em que era criança, lembro que além dessa coisa das maiores cidades, quem gozava então dessa aura de “Cidade maravilhosa”, era o Rio de Janeiro… Com as mesmas nuances que São Paulo hoje, intocável, dizer que já se tinha ido/morado ou qualquer dessas coisas, abria voz em alguns grupos, enfim…

Bom, o Rio foi destronado, por assim dizer, por São Paulo… Mas a briga ainda é feia, principalmente no quesito segurança pública, agora, no melhor estilo faroeste norte-americano, foi divulgado um cartaz na cidade, ofereçendo recompensa pela “cabeça” dos assassinos de um sargento da polícia.

Ora, entende-se a revolta da polícia, eles recebem salários que envergonham até o mais humilde dos trabalhadores, como dito na reportagem, os do Rio principalmente. São mal aparelhados, a frota de veículos muitas vezes é sucateada, entre tantos outros problemas. Mas chegar a esse ponto é realmente, quase faroeste:

Jorge Lobão - presidente do Clube de Cabos e Soldados da Polícia Militar do Rio de Janeiro

Jorge Lobão - presidente do Clube de Cabos e Soldados da Polícia Militar do Rio de Janeiro

Acho que a polícia seja necessária e que seja normal sentir a perda de um colega de farda, mas para além de toda coisa que possa dizer aqui, e que qualquer polícial o diz melhor que eu, há de se observar que é um orgão estatal, e que existem leis para esse tipo de coisa, e caso não existam pois que sejam criadas, mas agir como independentes a cada caso do gênero, nada cria, senão mais violência.

Afinal, acredito que quase todos devam saber o que acontece quando a polícia e o exército tomam o poder nas mãos, e pra quem não sabe, basta perguntar aos mais velhos, pro bem ou pro mal, eles vão ter algo a dizer…

Por fim, não deve ser a tôa que mais que os paulistas, 71,8% dos internautas cariocas deixariam a cidade caso pudessem, além de tudo ainda tem o calor!!! =)

Um pesadelo chamado São Paulo.

Foto por: Lucia Torres

São Paulo é uma cidade impossível… Quando era menor haviam três cidades que eram tidas como mais populosas e/ou maiores do mundo (Índia e China, por motivos que desconheço, não tinham suas cidades levadas em consideração), eram elas, São Paulo, Cidade do México e Nova Iorque. Não sabia eu à época, mas eram três bombas… São Paulo e Cidade do México continuam sendo, em Nova Iorque há uma lenda dizendo que com a administração e política “tolerância zero” de Rudolph Giuliani, a situação melhorou bastante.

É incrível como São Paulo aqui no Brasil (dizer no Brasil é uma injustiça, aqui no NORDESTE pelo menos, é assim), principalmente entre a classe média, e média alta, tem uma aura de cidade santa, dizem todos, se tratar de “outro mundo” e conhecer a cidade eleva a pessoa a um status de iniciada, e dá direito a voz em certas rodas sociais. Críticar a cidade é um pecado. E para não críticar vou apenas comprarar (não com Nova Iorque, por motivos óbvios, além de mais dinheiro existir por lá, se a administração de Giuliani tiver sido metade da panacéia que dizem que foi, e com seus 1.062km de linhas de metrô, que o torna o maior metro do mundo, já seria suficiente para acabar o páreo), mas sim com a Cidade do México, oras, por motivos óbvios tambem, dois países pobres, corruptos e violentos.

E ai se chega a São Paulo, bom, aqui no Brasil, mesmo cidades pequenas, e menos populosas (BEM menos populosas), tem problemas com violência e educação… Quem chega daqui, ali, hospeda-se num hotel, e fica BEM longe do caos que é a cidade. Longe dos alagões, longe da violência, longe da polícia corrupta longe do serviço de transporte público, que impressiona, todos falam dos excelentes 61,3 km de linhas de metrô que há na cidade, que impressionam quando não se sabe que na Cidade do México tão grande em tamanho quanto São Paulo, e tão problemática quanto, há 202 km de linhas, mais de três vezes o tamanho, e na pequena Santiago do Chile, nem maior nem mais desenvolvida que São Paulo (isso dizem), há 104,2 km em linhas e 14,8 km já em construção.

Isso para não falar que, oras, num país onde uma cidade com quase 400.000 habitantes, há problemas com violência e educação suficientes para um pequeno país, em São Paulo com seus mais de 10 milhões de habitantes, é até lógico que seja o caos. Mas parece que todos preferem fechar os olhos a isso e ver apenas o que interessa… Uma grande cidade, maravilhosa? Insatisfeitos, 57% dos paulistanos deixariam SP se pudessem, diz pesquisa, eu tambem deixaria se tivesse oportunidade…

PS: A foto foi tirada por Lucia Torres, uma colombiana, que foi a São Paulo, e adorou… =)

McDonald’s nosso de cada dia.

McDonald's

Hoje, país que se comporta mal fica sem sanduiche no natal! Em outubro do ano passado, saiu a notícia, a rede McDonald’s da Islândia fechava as portas naquele país por causa da crise financeira. Oras, ponto pros islandeses, pois agora sim, poderão comer sempre algo que seja mais palatável, mesmo que seja rápidamente, em qualquer balcão da vida.

Engraçado na notícia é que, um tal Thomas L. Friedman, escreveu um livro, “The Lexus and the Olive Tree”, onde elabora um teoria chamada “prevenção de conflitos pelos arcos dourados” “arcos dourados” são sim, os arcos do McDonald’s, ele diz: “No two countries that both had McDonald’s had fought a war against each other since each got its McDonald’s”. Em bom português, dois paises que tem McDonald’s não entraram em guerra desde quando o McDonald’s chegou até eles.
Isso quer dizer duas coisas, primeiro que brevemente a Islândia entrará em guerra, segundo que deveriamos substituir hostias por big macs, já que tal teoria determina o McDonald’s como arauto da paz mundial! Bom, para não falar em como a rede de lanchonetes poderia substituir Jesus Cristo e em minhas idéias de como ficaria o “Pai, Nosso” vou parando de escrever por aqui.  =)

PS: A teoria é furada, pois a Russia entrou em guerra contra a Geórgia em 2008, Israel contra o Líbano em 2006… Mas não deixa de ter um certo fundamento, e foi atualizada para “Dell Theory of Conflict Prevention”, onde ele diz que dois paises que fazem parte de uma mesma cadeia de fornecimento econômico de grandes empresas, não entrarão em guerra por causa da interdepencia economica.

A negação das tecnologias.

Copiar e Colar

Copiar e Colar

O computador é uma fonte de problemas sem fim. Desde quando me lembro de usá-lo, me lembro de problemas. Sejam técnicos, ou de qualquer outra ordem. Um desses, de outra ordem, é ver como as antigas gravadoras foram usurpadas de seu poder, não só as gravadoras enfim, o negócio de música passou e continua passando por uma certa transformação. Primeiro veio a negação, ora, ” -Vamos acabar com isso de mp3!”, depois a perseguição, ” -Prende quem usa pra inibir o uso!!!”. Pessoalmente eu sou defensor dos mp3, apesar de não saber como resolver a equação “ouvinte-artista” (os intermediários da relação (gravadoras), estes que criem uma solução pra si próprios), acredito eu que a solução para o problema tem muito mais haver com aceitação que com prisão, já que se forem prender todos que tem uma mp3 pela qual não pagou direito autoral no computador…
Mas bem, isso deve acontecer com o computador porque é com certeza um aparelho capaz de fazer muitas coisas, com um aparelho comum, você realiza uma tarefa específica, com um computador não, você pode realizar várias tarefas a vez, escrever, escutar música, ler, enfim, as tarefas crescem contingencialmente. Então, outro problema posto, tambem desses de outra ordem, mais sério ou não, seria o de copiar-colar. Os professores tem horror, tambem falam de direito autoral etc, etc, etc, e claro, se o aluno cresce fazendo uma coisa na escola, vai levar pra universidade e a tendência natural é o crescimento do problema. Mas…

Onde está mesmo o problema? Copiar e Colar… Não há problema no copiar, sempre se copiou (claro, há quem chame de “citação”), agora com internet, mudou uma coisa só, que todos acham um absurdo a coisa do colar. Eu tambem acho que existe ai um problema, no colar… Se alguem copia e cola, não lê, e não lendo… O computador não é um bicho que vai acabar com a educação, tampouco vai desaparecer o computador por causa dela. Mas em lugar de culpar o computador pelos problemas educacionais, poderia-se observar que escrevendo a mão, você pode até copiar, mas não pode colar. E não podendo colar, você é obrigado a ler, se o problema é aprender, se resolve algo, e depois se ensina as crianças a “citar”.
PS: Claro que isso pode ser viável dependendo do nível educacional a que se aplique, quanto mais alto mais falho…

PS2: Foi porque mesmo que eu resolvi escrever essas baboseiras no natal?!?!?! FELIZ NATAL galera. =)

A foto que eu não tirei. O post que eu não escrevi.

Andando pelas ruas de Salamanca, deparei-me com a “Calle de Hérnan Cortés”. Imediatamente pensei: “-Pô, que democráticos são esses espanhóis, açougueiro aqui leva nome em rua…”, imediatamente pensei também em tirar uma foto da esquina por onde passava, e escrever qualquer bobagem a respeito… Na esquina sempre passei, muito embora, na maioria das vezes, com sacolas do “carrefour” da estação de trem, onde gostava de fazer compras pequenas. E pra onde nunca levava a máquina fotográfica. Uma pena, acabei por não tirar a foto da plaquinha do Hernán, que tambem estudou na Universidade de Salamanca, vejam só, para ser advogado… Hum… Aos 14 anos??? Talvez isso prove que advocacia não seja algo tão díficil assim de se estudar, e que qualquer um pode fazê-lo, com 14 anos. =)

Graças aos recursos tecnológicos de são google, posso ter a foto da esquina por onde passava, não a foto da plaquinha com o nome ilustre, mas a placa está lá, muito embora ilegível.

Hernán Cortés
Calle de Hernán Cortés

PS: Duas coisas bastante interessantes que passaram enquanto escrevia esse post que novamente tira o blog da morte iminente, uma foi notar que o nome completo de Cortés era: Hernán Cortés Monroy Pizarro Altamirano. Isso mesmo, parente por parte de mãe de Francisco Pizarro González, um matou os Astecas, o outro os Incas… Caraca, que família.

A outra é que se produziu no período um troço chamado “Leyenda negra española“, que tem várias ascepções, segundo o dicionário da Real Academia Espanhola, seria: “opinión contra lo español difundida a partir del siglo XVI” e “opinión desfavorable y generalizada sobre alguien o algo, generalmente infundada”. Philp Wayne Powell, historiador (não sei se bom ou ruin), define a coisa assim: “La premisa básica de la Leyenda Negra es que los españoles se han mostrado históricamente como excepcionalmente crueles, intolerantes, tiránicos, oscurantistas, vagos, fanáticos, avariciosos y traidores; es decir, que se diferencian de tal modo de los demás pueblos en estas características que los españoles y la historia de España deben ser vistos y comprendidos en términos que no son empleados habitualmente para describir e interpretar a otros pueblos.“, e por fim, a analogia de outro historiador, William S. Maltby (que também não sei se é bom ou ruin), com o antiamericanismo: “En más de un aspecto, la posición de los Estados Unidos en el siglo XX se asemeja a la de España en el siglo XVI. Blandiendo un poderío enorme en defensa de un ideal esencialmente conservador, se encuentra como blanco del odio y de los celos de amigos como de enemigos. Nadie que lea los periódicos podrá dudar que las naciones del mundo están compilando una nueva Leyenda Negra, ni de que los Estados Unidos han disfrutado de un poderío mundial; como España, se han permitido llevar la autocrítica hasta el extremo; y, a la postre, su destino puede ser el mismo.”.

E com a citação de 2 (DOIS) americanos, me despeço, senão o povo vai começar a dizer que gosto mesmo do Tio Sam.

Mais da Colombia.

É engraçado notar como seletivamente, a imprensa pátria não se refere a Alvaro Uribe. Salvo por menções a visitas internacionais, não me recordo de outras situações em que seja mencionado. Em Salamanca, tenho por oportunidade conhecer um Colombiano, que sempre tem alguma coisa por contar de seu país, logo que começo a falar sobre o Brasil.

Bom, segundo ele, e não se precisa ir muito longe para constatar, Uribe é uma matador (“matón”, como chama), bom, isso está demonstrado no caso do futebol de cabeças. Bom, certo é que, assim como fez FHC, Uribe comprou a emenda que proporcionou sua reeleição. E foi devidamente denunciado no escandalo conhecido lá como yidispolítica.

A novidade da vez, é que novamente Uribe comprou o congresso, para se reeleger novamente, oras, era de se esperar… Normal… Mas ainda impressiona o modos operandi com que se faz certas coisas, e as declarações posteriores, de ministros e pessoas do alto escalão do governo… Dessa vez ele criou um fundo agrário, e deu dinheiro as pessoas para “promover la productividad y competitividad, reducir la desigualdad en el campo y preparar al sector agropecuario para enfrentar el reto de la internacionalización de la economía”.

Bom, ele tinha o problema de distribuir dinheiro, e o resolveu, o que me choca ainda é a desfaçatez com que se fazem as coisas, seu antigo ministro da agricultura disse que deu o dinheiro aos “camponeses” ricos pois dando o dinheiro aos ricos, eles podem criar empregos para os pobres (El ex ministro Arias salió con la idea, popular en medios de la nobleza antes de la Revolución Francesa, de que para beneficiar a los pobres se les debe regalar plata a los ricos.).

A afirmação me parece muito com a feita por Micheletti sobre o golpe que em Honduras foi perpetrado (em conceito, não em conteúdo, desculpas esfarrapadas para por as mãos no dinheiro do estado), segundo Micheletti, justifica o golpe o fato de Zelaya ter dado uma guinada a esquerda e isso o ter preocupado. Parece que a américa latina nem sempre precisará de ridículos tiranos, mas sempre os terá…

Entre eles uma imprensa que apoia um golpe militar, um presidente “matador” (desculpas pela piada infame), e bom… Outras cositas más…


Da ida de Andrei, e o caminho de volta.

Depois de um mês e cinco dias sem blogar, tenho praticamente um post gigante, com diversos furos de reportagem sobre mim mesmo, não é bacana? Bom, mesmo sabendo que isso quebra muito a perssistencia das duas pessoas que leem o blog, vamos tentando de grão em grão, o sonho do um post diário.

Agora tenho orientador, depois de ter entrado em contato com Tio Louro, que é meu orientador de fato, tenho também um co-corientador, que pensa que é meu orientador, na USAL, e também uma linha de pesquisa, duas coisas fundamentais a quem quer fazer uma pesquisa, orientador e linha… Esther é minha orientadora, e minha linha de pesquisa é “Ciudadania, democracia y derechos humanos”, que quando vi, achei que cairia como uma luva, e quando disse a Tio Louro, foi tiro e queda. Bom, Olivia que foi também sua orientanda na monografia, tirou umas cópias de seu livro (que eu trouxe como presente pra Antonio), e assim acredito eu que Tio Louro já tenha por ai umas citações no Brasil, em Portugal e na Espanha. Um livro é mesmo como um fenômeno, mais que um filho, que voce cria para o mundo como sempre disse meu pai, o livro, ou um livro, que voce escreve para o mundo, tem uma capacidade expansiva impressionante… Já estou com medo de dizer de quem sou sobrinho pra não ter que sair dando autógrafos por ai.

Deixando um pouco de lado o narcisismo familiar, tambem descobri, graças a Andre, que está dividindo apartamento conosco agora, mas isso é um assunto muito comprido, já que nem falei de Jamilton, que tambem dividiu o AP, e dos acontecimentos que marcaram o periodo. Bom de volta a Andre, tambem descobri, na Espanha, várias possibilidades de estudo GRATUITO, ou quase, que podem proporcionar bons frutos. Por exemplo o curso técnico superior de “Desarrollo de Aplicaciones Informáticas”, assim como tantos outros, que são oferecidos aqui à galera que acaba o “bachillerato” ou nosso antigo “segundo grau”, agora conhecido como ensino médio.

Bom, esses cursos são oferecidos gratuitamente, e dãp a possibilidade de mestrado, pois são “tecnicos superiores”. Além desses, há tambem os cursos de linguas da escola oficial de idiomas, mais longos que os cursos tecnicos superiores, mas que oferecem efetiva proficiencia (inclusive gramatical) nos idiomas escolhidos, não é coisa pra aprender a dizer por favor e com licensa… Os cursos da escola de idiomas tem duração de 5 anos e custam extorsivos 60 euros anuais (risos), e os cursos tecnicos superiores tem duracao de dois anos, sendo que os ultimos seis meses dentro de empresas indicadas pela propria instituicao de ensino (com possibilidade de contratacao posterior, claro que em tempos de crise, essa possibilidade é bem remota, mas enfim), certo é que pra quem quer estudar e se desenvolver, há possibilidades de sobra, e o melhor, se não gratuitas, MUITO baratas.

Nesse periodo eu tambem trabalhei. Isso mesmo, chamava uma galera pra dentro de um bar. Tudo bem, tudo bem, eu trabalhei num bar, piadas nos comentarios por favor. Sim, eu podia beber de graça, mas como um bom profissional que sou, me neguei 😉 Certo é que o trabalho exigia simpatia e jovialidade, bom, a simpatia que me resta, guardo pra meus chegados, e quanto a jovialidade, sou criança eternamente, mas minhas madeixas me denunciam, e eu estava farto de deixar os cabelos crescerem de novo, então… De qualquer maneira, como já vou quase voltar, me concentro em procurar a bibliografia passada por meu orientador Dr. Lourivaldo da Conceição, que já havia feito seu dever de casa, e pesquisado trabalho pra me dar. É fogo… sinto que deveria ter pego um orientador “mais parecido comigo” (tradução: mais vagabundo), pra me orientar.

Andrei foi-se embora, Izabella chegou, e como disse antes, já está quase na minha hora, esses acontecimentos demonstram isso! Andrei foi a primeira pessoa conhecida que vi por essas bandas, como descrito no blog, foi ele quem me recebeu no aeroporto do Porto, foi na casa dele que tomei o fabuloso vinho verde da região do Minho, conheci a aconchegante cidade de Braga, e finalmente me fui a casa de Laerte. Bom, devo confessar que não me encantei com Portugal, Lisboa, Sintra, Coimbra, Porto… Na verdade muito pelo contrario, apesar de gostar de Sintra que é muito bonitinha, e de Coimbra, que é uma cidade acadêmica como Salamanca e agora Braga.. Me encantei mesmo foi com Braga, Braga é pequena, mas como já disse, universitaria, oferece varias possibilidades de estudo, uma cidade simpatica, organizada, enfim, encantadora, e não é a toa que Andrei e Olivia gostaram tanto daqui, eu tambem gosto, e qualquer pessoa que aqui venha sem procurar o fetiche do Porto e seus vinhos, tambem há de se encantar.

Bom, esperando voltar a normalidade, me despeço com um post gigante, tomara que pelo menos tenha sido boa a viagem. =)

O holandês voador.

Agora durante essa época de verão, alguns dias fomos a piscina. Aqui há piscinas públicas, muitas em toda a cidade, onde todos vão, durante o verão, aproveitar o sol e levar a família. Bom, eu Marcelo e Thiago, somos brasileiros muito atípicos, considerados assim por todos que conhecemos nas piscinas, pois estávamos sempre a procura de uma sombra, de camisa, etc, etc, etc. São ambientes muito bacanas, crianças por todas as partes, meus sobrinhos iam gostar muito, e eu me lembrei bastante deles enquanto ai estava.

Dentre o muitos turistas que visitam as piscinas, conhecemos um holandês de avô materno brasileiro. Engraçado e muito conversador, que me fez tambem recordar um pouco do povo brasileiro, com aquela nostalgia mentirosa de quem acha que o povo do Brasil é daquele jeito… Mas enfim…

No meio da conversa, perguntamos sobre as drogas na Holanda, sobre essa coisa da liberalização e etc. Como o povo do país via aquilo, enfim… Bom, a primeira coisa que ele falou, foi sobre o perigo, antes havia gente perigosa andando pelas ruas, e vendendo drogas, o termo “perigosa” que ele usou, há de ser entendido com cuidado, não eram traficantes assassinos sanguinários, era gente perigosa, como gente perigosa deve ser, assassinos são outra coisa, essa ressalva deve ser feita pelo fato de estarmos acostumados, a achar perigosos, outros tipos de meliantes.

Sobre o perigo, ele falou que essa gente parou de andar pelas ruas e inspirar medo nos locais. Passaram a ser simples… Pessoas? Depois falou sobre o consumo, e sobre a sua relação com o povo de Amsterdã, disse que os locais, claro se sentem a vontade para fazer o que lhes dê na gana, mas que para ele, assim como para a maioria, tais drogas eram uma coisa de criança, adolescentes, que experimentou quando tinha 12 (DOZE) anos e só isso… Que hoje poderia até consumir, dependendo da ocasião e da companhia, mas não gasta um tostão do próprio bolso para comprar nada.

Isso tambem me fez lembrar do Brasil, onde se usa a desculpa do consumo de drogas para as mais variadas situações violentas que ocorrem na sociedade, e quando se quer marcar um delinquente como perigoso, se usa a alcunha de drogado, seja bêbado, maconheiro ou a que se queira. Como se a droga fosse desculpa pra pessoa ser violenta e não ter educação. Sobre isso acho muito plausível o exemplo dos cachorros, que aqui todos tem e andam com eles pelas ruas, a grande maioria com uma luva de plástico para recolher a caca deles quando a fazem pela rua, estranhamente pelo numero elevado de cachorros que há, não ouvimos falar de cachorros violentos que atacam e matam outras pessoas. Ora, cachorros não matam pessoas do nada, são treinados pra isso, por pessoas sem educação, drogadas ou não.

Quando se convive com a violência, ela se torna um hábito, que as vezes sobrepuja todos os outros hábitos, e costumes, que não seriam nada demais, se não fosse a violência.

A visita.

Durante um mês recebemos a visita ilustre daquela que é praticamente responsável por nosso doutorado, Sabrinna.
Bom, o começo como sempre foi muito atribulado, mesmo porque o apartamento estava uma pocilga, heheheheheheh, quinze dias que não lavávamos a frigideira, apesar de fritar ovos todos os dias. Isso pra ficar só na frigideira, então chegamos a conclusão que deveriamos limpar algo para que ela chegasse. Limpamos. Em apenas dois dias conseguimos varrer, e lavar os pratos e tirar por baixo uns seis sacos de lixo de dentro de casa. “-Bacana!”, como diria o boy.
Bom, com Sabrinna aqui, devidamente alojada, agora era hora de nos habituarmos a terceira pessoa sempre em casa, pois apesar de termos a companhia ilustre de Danilo, que alugou um quarto por três semanas, mas só as vezes aparecia em casa, mesmo assim, pra dormir, quando não, com um saco cheio de cervejas, quase nunca desperdiçadas.
Mas enfim, Sabrinna em casa, doida pra estudar, e como somos muito comportados, a deixamos em paz… Hum… Tambem não, como relatado exaustivamente em posts anteriores, fomos a Barcelona e arrastamos Sabrinna conosco, que nunca nos deixava esquecer do quanto ainda tinha que escrever para falar com sua orientadora!
E escreveu, nos dias que se passaram mal nos viamos, visto que estava sempre em seu quarto, quando não escrevendo, falando com Reginaldo (que não usa o Skype pra falar comigo, mas estranhamente usa pra falar com Sabrinna), ou então, quando nos víamos a noite, quando ela saia para ver algum seriado na TV de sua preferência, e da de Thiago também claro, mas da preferência de Thiago são todos os seriados, é incrível!!!
Nesse meio tempo, Marcelo veio aqui algumas vezes e aprendi com ele alguns segredos da arte culinária, me aproveitando das duas cobaias humanas que tinha em casa para tanto. E poupando é claro, Sabrinna dos pratos mais apimentados. O que depois não foi fonte de grandes problemas, pois decobri que posso usar a pimenta preta no lugar do sal.
Bom, Sabrinna ainda foi a Turquia com a super delegada Aureci, e seu trabalho sempre a tira colo. Ainda bem que lhe deu tempo de preparar tudo e falar com sua tutora, pois estávamos pensando já que Sabrinna cometeria um assassínio coletivo aqui em casa caso não houvesse tido tempo suficiente para tudo.
E como não poderia deixar de ser, ao fim de sua estada, e com tudo pronto e acabado, saimos a espanhola para comemorar o final de mais uma etapa de seu doutorado!

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