Categoria: E de volta ao Brasil…

PJe no macOS Sierra.

Bom, como “advogado”, e usuário dos sistemas operacionais da Apple (mais o segundo do que o primeiro), chegou minha hora de usar o PJe, e como eu vi existe muita discussão sobre os problemas enfrentados pelas pessoas na hora de instalar o PJe em algum computador com OSX (ou MacOS, como se chama agora).

Como consegui “fazer funcionar” tudo ok aqui no meu próprio computador, resolvi elaborar um breve tutorial para ajudar outras pessoas que tenham o mesmo problema.

Primeiro de tudo, eu segui o que disse o senhor Sergio Bernardinetti nesse vídeo do Youtube:

https://www.youtube.com/watch?v=1x_DpJ0viRw

A opção por seguir o passo a passo explicado por ele foi simplesmente por serem as informações mais recentes, e portanto com mais cara de “confiáveis” que eu conseguir encontrar, já que há muita informação antiga por ai. Então vamos a alguns detalhes do sistema:

macOS Sierra completamente atualizado

Firefox completamente atualizado

Java completamente atualizado

Para mim esses foram os três primeiros passos, e os segui a risca tal qual explica o Sergio em seu vídeo.
Segui o vídeo até a etapa de reiniciar o sistema e desligar o System Integrity Protection (csrutil disable), porém a partir dai não podia mais seguí-lo porque o driver instalado era para a leitora de cartão, diferente do meu portanto, que é o Token azul (Safenet 5100), chamo de Token azul, porque quando você espeta ele, ele acende e fica azul obviamente, então se você tem um equipamento diferente, mesmo assim vale a pena tentar procurando o driver correto de seu equipamento.

A partir desse ponto, entrei na página de download do driver do Token (https://site.solutinet.com.br/2015/manuais/instaladores/), e fiz o download de “meu” driver (SafeNet Authentication Client 9.1 para Mac OS 10.10 (Yosemite) e 10.11 (El Capitain)).

Driver instalado, e voltando a seguir o vídeo encontrei outro problema, em meu Firefox, eu não conseguia encontrar o “/usr/local/lib/libaetpkss.dylib”, copiava e colava o comando e não obtinha sucesso na operação.

Não obstante encontrei outro arquivo, o “/usr/local/lib/libeTPkcs11.dylib”, e o utilizei, para minha surpresa, com esse sim obtive sucesso ao confirmar a configuração no Firefox. Logoff e login depois, tudo funcionando OK no PJe com o sistema todo atualizado, e o Token azul!

Abraços. E qualquer dúvida nos comentários.

Notícias importantes, e outras nem tanto assim…

Notícia importante:

A barbárie tomando conta da sociedade, em duas manchetes.

Do G1: Adolescente morre espancado após assaltar casa em João Pessoa.

Do Paraiba.com.br: Ladrão tenta roubar casa e é espancado até a morte pelos moradores.

Outra manchete possível: Assassinos lincham jovem até a morte.

Não deixa de ser um bocado demagogo, querer propor essa 3ª manchete, mas a impressão que fica, no mínimo, é que o assaltante mereceu a morte, que “bandido bom é bandido morto”… É engraçado, por exemplo, ver em transportes públicos de vários paises, o uso de cartão-passagem, claro, porque facilita bastante a logística do trabalho, aqui no Brasil a lógica é um pouco inversa… “Segundo a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, o bilhete eletrônico usado na maioria das grandes cidades brasileiras, e também em Campo Grande, ajuda a diminuir os assaltos.” Não há a preocupação com os usuários do transporte, e sim com os assaltos?! Como assim cara-pálida?

Pior que isso, ver que é um pensamento comum, principalmente entre o que imagino serem os envolvidos nessa notícia, adolescentes, mais sugestionáveis, e que aceitam mais facilmente paradigmas simples, a idéia de que “bandido bom é bandido morto” entra mais facilmente, até que ele mesmo se torna assassino… E agora?! Se matar? Ou mesmo matando ele não se tornaria assassino…???

Esse pensamento, e outros como esse, imperam nas mentes adolescentes, se a justiça der a punição cabível, de acordo com os acontecimentos, aos culpados pela morte, talvez o resto “dessa turma” específica de amigos, aprenda algo, e se não, pois nada, continuamos na barbárie. Aliás, o problema é bem maior, afinal, isso só resolveria o problema dessa turma, temos bem mais adolescentes no país, e esse povo, em algum momento vai ficar adulto. Com a educação que temos, recomendo a compra de suas armas, proteção pessoal vai ser cada vez mais, um problema bem objetivo, quando a classe média resolver matar por direito.

Marcelo Camelo fala um pouco sobre o assunto, sem a intimidade técnica, e por isso mesmo, acredito eu, com mais clareza:

E outra nem tanto assim:

Da BBC Brasil: Amante é condenada a pagar US$ 9 mi à ex-esposa traída.

Falando sério… Ganhar 9 milhões de dólares da amante do marido com base numa lei do final do século 19 é ou não é o negócio da China?

Tem coisa que só acontece nos Estados Unidos mesmo… Vários americanos votando juntos, é uma desgraça, pode ser um oscar ou a eleição de G. W. Bush…

PS: Mas deu vontade de propor uma traição de mentirinha a(o) companheira(o) pra ajeitar a vida, não deu não??

E voltando pra São Paulo…

Impressionante ver um dos maiores parques de diversão do país debaixo dágua:

Playcenter, debaixo dágua...

Playcenter, debaixo dágua…

Pra não falar nas ruas completamente alagadas…

É como diz Cris Dias: “esse tipo de coisa não acontece nos EUA e Europa e ponto final. Não adianta pagar de primeiro mundo se sempre que chove falta luz no seu apartamento de centenas de milhares de reais.”

E mais: Sobe para 9 número de mortos por chuvas na Grande SP

Zé Alagão pensou que tinha sowetizado a pobreza. A chuva jogou a pobreza na cara da elite. – é interessante o que diz Paulo Henrique Amorim nesse post de seu blog, “A elite se fechou para dentro e jogou a favela na periferia, num conjunto de sowetos: Heliópolis, Paraisópolis, Jardim Romano, São Miguel Paulista.”, “Porque era possível você trabalhar na Faria Lima e morar no Morumbi e passar 20 anos sem ver um pobre. Não é como na Zona Sul do Rio, em que a favela entra pela tua janela adentro.”,”Você acaba como os quatrocentões, que pensam que moram em Nova York, Milão, Veneza. Ou numa combinação das três..”.

Soweto (de South-West Township, ou “Cidadela do Sudoeste”) é um subúrbio com aspecto de imensa favela na cidade de Joanesburgo, na África do Sul.

São Paulo, e seus 61,3 km de linhas de metrô não é Milão, Veneza ou Nova Iorque, na verdade, não é nem a Cidade do México (que tem 202 km)… Está mais pra Soweto mesmo… Mas tem gente que não vê pobre.

Saia as ruas "Gilmar Dantas". E não volte ao STF.

Bom, eu estou sem correio eletrônico, não exatamente sem, eu leio mas quase não respondo por não poder guardar as respostas como gosto, enfim, exentricidades… O fato mesmo, é que há algumas coisas que leio e que gostaria muito de compartilhalas com todos, familia e amigos. Bom, ainda não havia colocado no Blog nada que não fosse meu (mesmo porque tenho ganas de fazer um outro Blog mais sério para esses assuntos), mas como o tempo não para, tampouco as leituras, decidi colocar aqui um texto recebido pelo correio eletrônico.
Me foi enviado por Sidney, e vem lá de Fortaleza, não observei a veracidade da fonte, nem das informações, mas acredito que esteja correto, enfim… Não estando faço um juizo de retratação com Gilmar depois, aproveito pra divulgar (com meus 1 ou 2 leitores, ehehehe) o blog GILMAR DANTAS: “SAIA ÀS RUAS” E NÃO VOLTE AO STF, acredito que o texto em questão poderia tratar da vida de Gilmar Mendes tanto quanto o faz com a vida de Joaquim Barbosa, mas não seria um texto muito agradável se assim fosse…

“O “bate-boca” entre o presidente do STF, Gilmar Mendes (dono de uma biografia repleta de denúncias de corrupção) e o ministro Joaquim Barbosa (dono de uma biografia invejável) traz a necessidade de esclarecer quem é quem no Judiciário brasileiro.

Um ex-torneiro mecânico pernambucano indicou um ex-faxineiro mineiro para ocupar uma vaga entre os Ministros do Supremo Tribunal Federal. O presidente Lula escolheu o doutor da Universidade da Sorbonne e procurador do Ministério Público Federal, Joaquim Benedito Barbosa Gomes, para ocupar uma vaga entre os Ministros do Supremo Tribunal Federal. O jovem negro que cuidava da limpeza do Tribunal Regional Eleitoral de Brasília está prestes a chegar ao topo da carreira da Justiça após quatro décadas de vitórias contra desigualdades sociais e raciais.

A primeira foi em Paracatu, interior de Minas, onde nasceu numa família de sete irmãos, com a mãe dona-de-casa e o pai pedreiro e, mais tarde, dono de uma olaria. Lá, percebeu que só o estudo poderia mudar a sua história. Já aos 10 anos dividia o tempo entre o trabalho na microempresa da família e a escola. O saber era quase uma obsessão.

– Uma das piores lembranças da minha infância foi o ano em que fiquei longe da escola porque a diretora baixou uma norma cobrando mensalidade. No ano seguinte, a exigência caiu e voltei à sala de aula. Estudar era a minha vida e conhecer o mundo o meu sonho. Adorava aprender outras línguas – contou Joaquim Barbosa numa entrevista em agosto de 2002 para o projeto de um vídeo sobre a mobilidade social dos negros no Brasil.

O domínio de línguas estrangeiras foi a engrenagem para mobilidade social de Joaquim Barbosa. Aos 16 anos, deixou a família e a infância em Minas e foi atrás de emprego e educação em Brasília. Dividia o tempo entre os bancos escolares e a faxina no TRE do Distrito Federal. Um dia, o mineiro, na certeza da solidão, cantava uma canção em inglês enquanto limpava o banheiro do TRE. Naquele momento, um diretor do tribunal entrou e achou curioso uma pessoa da faxina ter fluência em outro idioma. A estranheza se transformou em admiração e, na prática, abriu caminho para outras funções. Primeiro como contínuo e, mais tarde, como compositor de máquina off set da gráfica do Correio Brasiliense. A conquista não sairia barato.

– Lembro de uma chefe que me humilhava na frente dos companheiros de trabalho e questionava minha capacidade. No início, foi difícil, mas acabei me estabilizando no emprego e mostrando o quanto era profissional.

A renda aumentou, mas ainda era pouca para ele e a família lá em Minas. Foi trabalhar também no Jornal de Brasília acumulando dois empregos e jornada de 12 horas. Mais tarde, trocou os dois por um. Foi para Gráfica do Senado trabalhar das 23h às 6h da manhã. Depois do trabalho, a Universidade de Brasília. O único aluno negro do curso de direito da UnB tinha que brigar contra o sono e a intolerância.

– Havia um professor que, ao me ver cochilando, me tirava da sala.

Joaquim Barbosa continuava sonhando acordado. Prestou prova para oficial da chancelaria do Itamaraty e passou. Trocou o bem remunerado emprego do Senado por um, que pagava bem menos. Mas o novo trabalho tinha uma vantagem incalculável: poder viajar para a Europa. Durante seis meses, conheceu países como Finlândia e Inglaterra. De volta ao Brasil, prestou concurso para carreira diplomática. Foi aprovado em todas as etapas e ficou na entrevista: a única na qual a cor de sua pele era identificada.

Após esse episódio, a consciência racial de Joaquim Barbosa, que começou a ser desenhada na adolescência, ganhou contornos mais fortes. Ganhou novas cores, quando, já como jurista do Serpro, conheceu o país, especialmente o Nordeste e, em particular, Salvador. Bahia foi uma paixão a primeira vista do mineiro. Foi lá onde Joaquim Barbosa teve um contato maior com o que ele chama de “Negritude”.

A percepção de ser minoria entre as elites ficou ainda mais nítida fora do país. O jurista explica que o sentimento de isolamento e solidão é muito forte num “ambiente branco” da Europa. Ser uma exceção aqui e no além mar ficou ainda mais forte após o doutorado na Universidade de Sorbonne. Nessa época já acumulava títulos pouco comuns para maioria das pessoas com a mesma cor de pele: Procurador do Ministério Público e professor universitário. Antes, já tinha passado pela assessoria jurídica do Ministério da Saúde.

O exercício de vencer barreira, de alguma forma, está em sua tese de doutorado, publicada em francês. O doutor explica que o seu objeto de estudo foi o direito público em diferentes países, como os EUA e a França.

– A minha  intenção foi ultrapassar limites geográficos, políticos e culturais. Quero um conhecimento que vá além da fronteiras dos países – disse.

“Vossa Excelência, quando se dirige a mim, não está falando com os seus capangas do Mato Grosso, ministro Gilmar. Respeite”, reagiu Barbosa.

Gilmar Mendes foi nomeado para o Supremo Tribunal Federal pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Na ocasião, em artigo publicado na Folha de São Paulo, o professor da Faculdade de Direito da USP, Dalmo Dallari, professor catedrático da UNESCO na cadeira Educação para a paz, Direitos Humanos e Democracia e Tolerância, declarou:

“Se essa indicação (de Gilmar Mendes) vier a ser aprovada pelo Senado, não há exagero em afirmar que estarão correndo sério risco a proteção dos direitos no Brasil, o combate à corrupção e a própria normalidade constitucional. (…) o nome indicado está longe de preencher os requisitos necessários para que alguém seja membro da mais alta corte do país.”

O empresário Gilmar Mendes carrega em sua biografia a denúncia de que foi favorecido com “incentivo” do poder executivo para fundar, em 1998, o Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), uma escola privada que oferece cursos de graduação e pós-graduação em Brasília. Desde 2003, conforme consta das informações do “Portal da Transparência” da Controladoria Geral da União, esse Instituto faturou cerca de R$ 1,6 milhão em convênios com a União. De seus nove colegas no STF, seis são professores desse Instituto, além de outras figuras importantes nos poderes executivo e judiciário (não é à toa que ele contou com tanta “solidariedade” no episódio que envolveu a discussão com o ministro Joaquim Barbosa). O Instituto se localiza em terreno adquirido com 80% de desconto no seu valor graças a um programa do Distrito Federal de incentivo ao desenvolvimento do setor produtivo. O subsecretário do programa, Endels Rego, não sabe
explicar como o IDP foi enquadrado no programa. O belíssimo prédio do Instituto foi erguido graças a um empréstimo conseguido junto ao Fundo Constitucional do Centro Oeste (FCO), gerido pelo Banco do Brasil, cuja prioridade de investimento é o meio rural. Entre os seus maiores clientes estão a União, o STJ e o Congresso Nacional.

Dr. Eduardo Diatahy B. de Menezes
Professor Emérito da Universidade Federal do Ceará
Professor Titular do Doutorado e Mestrado em Sociologia – UFC”