Categoria: Divagando (Page 5 of 5)

A oposição burra, e o governo Robin Hood.

Bom, ontem conversando, vi que o problema da caderneta de poupança era mais sério ai no Brasil do que eu dei atenção, de longe, o que se nota mais, é a tentativa desesperada do PiG* de desqualificar Lula, que é MUITO bem visto, tanto pelos espanhois (como já falei aqui), como pelo pessoal do resto da América Latina que conheci, todos querem Lula. Menos, é claro, os brasileiros mais ricos (aqueles com o fraco discurso da elite) que por aqui estudam. Não que os ricos sejam burros (hihihihi), ou eu tenha a pretensão de querer dar uma de inteligente, mas ainda não encontrei alguém mais afortunado com quem desse pra conversar por aqui. Parafraseando Alberto Ramos, “…estas nossas autodenominadas “elites”, com o nível cultural que têm, devem pensar que Stradivarius é um tipo de massa italiana e que o Stenway é uma marca de cerveja alemã.

O certo é que não entendo muito de política, e antes menos ainda, mas é tudo um joguetezinho, o PT quando era oposição tinha umas posições bem coerentes, pelo menos de acordo com o que me lembro nunca discordei por muito, e a aura de partido “limpo” (bem, essa caiu bem cedo depois que o partido virou situação como todos sabem né).

Bom, ai voltamos a oposição, e aqui eu sou obrigado a copiar do Acerto de Contas um trecho de post sobre o assunto, pois não sou economista, mas a leitura talvez seja essencial para o bom entendimento do post:
um ajuste é necessário hoje para possibilitar uma queda maior na taxa de juros básica da economia, a Selic (atualmente, em 10,25%). É por essa taxa que o governo remunera os investidores que compram título público (ou seja, quem empresta ao governo). Se a poupança render mais que os títulos oficiais, claro que todo mundo corre para poupança. E o governo quebra.


A proposta dos técnicos do governo era mudar a regra da poupança para que fosse remunerada em 65% da Selic e acabar com o rendimento mínimo de 6,17%. Mas a oposição caiu de pau, associando a medida ao confisco de Collor.

Ai está o joguete, a explicação, a oposição burra, não deixou o governo tomar a medida certa e cabível. Ora, talvez nem fosse objetivo do governo tomar a medida certa, o que fica claro, é que eles tentaram, a oposição negou, e o governo taxou as cadernetas de poupança acima de R$ 50 Mil, e diminuiu o Imposto de Renda sobre as aplicações em títulos, a maioria vinculados à Selic. Então, o governo deu uma de Robin Hood, agradou gregos e troianos, agradou quem queria que eles fizessem o certo (pois ficam com o discurso “nós tentamos”), agradou o povão que os elege (pois fica o “tomamos só dos ricos”). A oposição, bom a oposição talvez tenha agradado as elites, que não entendem o que aconteceu, e não estão interessadas nos erros crassos que essa oposição comete, e que vão pagar pelo erro. Jogada de mestre.

Como foi dito no primeiro mandato de Lula, faltava ver se os partidos da situação iriam aprender a ser oposição, parece que ainda não aprenderam. E nesse caminho continuarão oposição por um bom tempo. Não porque o governo é o melhor, mas porque a oposição é MUITO pior…

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*PiG (segundo Paulo Henrique Amorim) – Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

Tarantino é meu rei e nada me faltará.

Cara, discutindo cinema nas mesas em Campina, sempre, mas sempre, que se falava em cinema, surgia Tarantino. Claro, não Tarantino em si. A grande questão era Pulp Fiction (que pra mim participou do ultimo oscar realmente bom). Bom, sempre defendi, o filme e Tarantino, de lá pra cá, assisti a alguns outros filmes dele, bom, não todos os filmes, mas alguns filmes, e sempre achei todos muito bons. Caraca, qual não é minha surpresa quando encontro esse curta com Seu Jorge e Selton Melo, não tenho maiores informações sobre o curta, mas mostra o gênio do cara. Meu GÊNIO. GÊNIO. Cara… Sem condições. Pra quem quiser saber, vai o código que o Tarantino criou, explicado  pelo Selton Melo. E para esse post, todos os comentários são poucos!!! =)))

Volta as aulas.

Bom, aquí estou eu com mais um post mensal do blog menos atualizado de todos os tempos, depois da semana santa (que passei dormindo), começou uma grande correria aquí, a semana santa por estas bandas é um grande feriado de quase dez dias. A correria deve-se ao fato de ter colocado mais doze créditos para poder validar o doutorado no Brasil. O que dá trinta e seis créditos em um semestre, e sobrecarrega um pouco as coisas… =)
Bom, tem que ter a parte boa né? Colocamos (eu e Thiago, que aparece comigo na foto do comedor) uma cadeira do doutorado de processo, “Novas perspectivas do direito processual no século XXI” que tem nove créditos, e em virtude disso “ganhamos” uma viagem a Madrid, que se realizou na segunda-feira passada. Fomos ao circo! Isso mesmo! =)) O nome era Audiencia Nacional, haviam muitos animais, animais normais, bestas, e bestializados… No espetáculo os animais normais assistiam as bestas discutindo o futuro dos bestializados… Era muito ruin no geral… Acabamos perdendo muito tempo na cidade e deixando de fazer coisas realmente importantes, como passear…

De qualquer forma, acabamos por descobrir a melhor cadeira do doutorado, pois a turma é relativamente maior, e há pessoas de muitos lugares da America Latina, El Salvador, Venezuela, Colombia… Enfim… Até gente inusitada como o advogado de Sarney está na turma… E um espanhol, sim é de se estranhar pois aqui (como no Brasil) os doutorados são direcionados a carreira acadêmica, mas como há um sortilégio de empregos e caminhos mais fáceis de se ganhar a vida (dignamente), esse é o único espanhol que conheci fazendo doutorado. E por fim, pasmem, uma ucraniana ehehehehehe (a despeito do riso, o espanhol dela está a anos-luz do meu).

Porém o melhor acontecimento da semana passada foi mesmo Mozart… Dia 21 de abril foi o dia da apresentação da Flauta Mágica no Centro de las Artes Escénicas e de la Música (CAEM) de Salamanca. Cara… Não conheço ópera, não entendo nada de ópera e foi a minha primeira, no entanto foi do outro mundo, encenada pela Ópera de câmara e Orquestra sinfônica de Varsóvia, toda em alemão, com um painel providencial que traduzia tudo em tempo real pro castelhano em cima do palco, bom, pelo que vi a tradução é útil apenas para se saber da estória, mas se ficar lendo perde-se um pouco do prato principal que é a ópera em si. MUITO bom. Continuo sem entender ou saber nada de ópera, mas agora quero muito mais ver outras, para um dia poder pelo menos conversar sobre elas né!? Tudo bem que começei bem até demais, tomara que as outras correspondam as expectativas…

Algumas fotos: uma escultura (Mujer con espejo) de Fernando Botero em frente a praça de Colón em Madrid e a exaltação as virtudes de Salamanca no intervalo do primeiro para o segundo ato da ópera.

Mujer con espejo - Fernando Botero
Mujer con espejo – Fernando Botero
Salamanca - Ciudad de Cultura
Salamanca – Ciudad de Cultura

 

 

 

Cores de Salamanca.

Eu gosto alguma coisa de fotografia (mentira, eu gosto muito, mas devido a minha inépcia não posso ganhar a vida com isso, qualquer um pode seguir a academia, já o olho de um bom fotógrafo é bem mais difícil de encontrar)*, de qualquer maneira, ás vezes dou uma sortezinha, e as fotos ficam interessantes, é o máximo que se pode dizer delas, dizer que estão boas, já seria mentira demais pro meu ego suportar… =)

Essas dai são, uma no inverno, logo quando cheguei na cidade, e a outra, um dia desses, no mesmo lugar, mas com um enquadramento menos desajeitado. A primavera mostrando suas primeiras cores, tomara que eu me lembre de continuar a série mais adiante…

 

Em frente ao comedor Fray Luis de León

Calle Balmes 16/02/2009

Calle Balmes

Calle Balmes 31/03/2009

PS: Se fosse um blog de auto-ajuda agora eu podia dizer que dentro de um mês e meio sua vida pode se transformar e você pode cuidar do jardin, para que venham borboletas e blá, blá, blá… Acorde meu irmão, a coisa ta preta, e a tendência natural é ficar cada vez mais preta!! hehehehehehehe

* – Também sempre quis escrever (escrever de verdade), no que Luiz Carlos sempre foi meu grande incentivador, mais uma vez a inépcia e talvez até mais a preguiça, tenham sido barreiras intransponíveis… =)

Faca na caveira.

Terça-feira fui a uma apresentação de Tropa de Elite no Instituto de Estudos Iberoamericanos da Universidade de Salamanca, na verdade era uma aula do mestrado de Ciências Políticas da USAL, em que de 2 em 2 semanas se assiste a um filme latino americano de cunho político / social e se fazem posteriores discussões, bem lógico que só há alunos latino americanos na sala (ninguém do Brasil, afinal, pra que se preocupar com besteiras de cunho social, quando a venda da Vale é muito mais importante).

Já havia visto o filme, engraçado como a galera de outros paises (também latino americanos, também com seus problemas sociais crônicos) não enxergaram o que muitas pessoas enxergaram no Brasil, parece que se viu o filme com muito mais senso crítico talvez, talvez os alunos do mestrado tenham mais senso… Havia um cientista político da Universidade Federal de Pernambuco apresentando o filme junto a uma professora da USAL, e na verdade, críticas a parte, me chamaram a atenção duas perguntas em particular: Primeiro a de um rapaz, que perguntou se quando o traficante viu a tatuagem no braço do policial ferido, se assustou e saiu da cena do crime, não havia um certo exagero cinematográfico, pois em seu país, quando se matam policiais, isso não ocorre; logo em seguida a de uma menina, que perguntou, se o sistema é todo corrupto, a que se propõe na realidade o Bope?

Bom, a segunda questão, o cientista político respondeu muito bem, o Bope existe como um grupo para-militar de extermínio para proporcionar uma certa ilusão de segurança a elite carioca ( o “para-militar de extermínio” é por minha conta, ficou bonito, não ficou?? =)), bom, quanto a segunda pergunta, se há ou não o exagero, eu mesmo não sei dizer, o que sei é que quando se morre um policial no Brasil, com Bope ou sem Bope, também não acontece nada de extraordinário, mas o filme não mostra isso, mostra o que seria a realidade do Bope…

Pra quem não viu, vale a pena, se não morar no Brasil talvez entenda melhor o filme… hehehehehehe
Ai vai o trailler.

Lula na Espanha

Bom, como disse antes o Blog também servirá como lugar para escrever algumas impressões tidas daqui, e uma das primeiras foi quando estava na casa de Laerte, era aniversário de um amigo de Carmen, e saímos para a casa dele apenas eu e Laerte, lá chegando, era meu primeiro contato com o povo espanhol (a exclusão de Laerte e Carmen, já que a gente falava bastante português em casa), notei que o pessoal era bastante simpático, como fui devidamente paramentado com a camisa da Argentina, tínhamos assunto para a noite toda, como um Brasileiro pode torcer pra Argentina e etc… Porém isso não foi o que mais chamou minha atenção, bom, o povo de Braga era bastante simpático também, e essas coisas me chamam muito a atenção, pois tive repetidos avisos acerca da chatice do povo de Castela. O pessoal la parecia em comportamento muito com o pouco povo de Braga que tive contato. A festa se desenrolava de forma normal, e a certa altura (depois que alguns ml de álcool já haviam sido devidamente ingeridos por todos), eu já me comunicava perfeitamente!

E a despeito de Lula ter no Brasil a fama de ter decepcionado alguns por não ter quebrado alguns paradigmas neo liberais, aqui na Espanha ele goza de uma imagem simplesmente impressionante, além de ter uma imagem de estadista espetacular, cheguei a escutar (dentre outras coisas) que ele estava acabando com as favelas e levando todos os favelados para prédios de apartamento (nada haver com o Cingapura em)… Eu não estive aqui durante o governo de FHC, que sem dúvidas foi uma figura importante da história pátria recente, mas acho difícil que sobre ele tenha sido dito coisa semelhante.

Por aqui não há muito a noção da real violência que assola o Brasil, mesmo porque não há violência de forma geral como a conhecemos no Brasil, há não ser por pequenos furtos e invasões, não vejo nos jornais notícias sobre latrocínios e roubos, de forma que ao falar sobre favelas, apesar de se saber que é uma coisa ruim, aqui ainda tem-se a imagem da favela romantizada, do morro carioca, onde tantos sambistas foram buscar inspiração.

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